Comportamentos mais introspectivos e menor exposição ao sol fazem do inverno um período crítico para a saúde emocional
Com a chegada do inverno, muitas pessoas relatam mudanças no humor, sensação de desânimo e até mesmo sintomas de depressão. A professora de Psicologia da UniCesumar, Isla Gonçalves, explica que esses fenômenos não são apenas coincidências sazonais, mas sim resultado de alterações fisiológicas e comportamentais provocadas pela estação mais fria do ano. “Do ponto de vista da produção hormonal, a falta da luz do sol provoca a produção de cortisol, o hormônio do estresse,” afirma Isla. “Isso causa uma sensação de desânimo e tristeza quase sempre sem causa aparente, acometendo as pessoas de forma quase involuntária.”
Segundo a especialista, além do impacto hormonal, o comportamento humano também se transforma no inverno. As pessoas tendem a buscar atividades mais introspectivas e acolhedoras, que naturalmente incentivam a reflexão e o resgate de emoções passadas. “As atividades escolhidas no inverno geralmente são menos dinâmicas. Bebidas quentes, séries, e momentos de aconchego remetem as pessoas a lembranças e sentimentos que podem reforçar tristezas,” pontua Isla. “Isso sedimenta o que chamamos de Depressão Sazonal, influenciada por estímulos característicos do frio.”
Alguns grupos são mais vulneráveis à depressão durante o inverno, especialmente aqueles que já demonstram dificuldades em lidar racionalmente com suas emoções. Para essas pessoas, o clima frio pode ser o gatilho que intensifica sensações latentes. “São pessoas vulneráveis aos seus sentimentos, que no verão se distraem com mais facilidade. Mas esses sentimentos tristes são recorrentes e fazem parte de sua forma de estar no mundo,” observa a professora.
A depressão sazonal não surge de forma abrupta, de acordo com a psicóloga. Os sintomas se instalam aos poucos, tornando o diagnóstico um desafio. Entre os sinais mais comuns estão alterações no sono, apatia, irritabilidade e dificuldades nos relacionamentos e na produtividade. “Ela vai invadindo sorrateiramente, um pouquinho a cada dia. Desânimo, falta de empatia, lentidão e confusão na percepção são sinais importantes,” alerta Isla. “Esses sintomas comprometem o ambiente ao redor, especialmente para quem precisa continuar estudando e trabalhando.”
O momento certo de procurar ajuda profissional, de acordo com a psicóloga, é quando os impactos da condição começam a interferir diretamente na vida social, profissional e afetiva da pessoa. Nessas horas, o apoio da rede familiar e social é essencial. “A ajuda precisa ser buscada quando há prejuízos físicos e emocionais, como perda de emprego, conflitos familiares, isolamento e até ideias suicidas,” enfatiza Isla. “É um trabalho de formiguinha entre amigos, família, e profissionais de saúde mental.”
Entenda a depressão sazonal no inverno:
- Causas: A depressão no inverno, também chamada de Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), tem entre suas principais causas a menor exposição à luz solar, que afeta a produção de serotonina e melatonina — hormônios responsáveis pela regulação do humor e do sono.
- Sintomas: Os sinais mais comuns incluem cansaço excessivo, apatia, tristeza persistente, distúrbios do sono, irritabilidade, dificuldades de concentração e isolamento social.
- Grupos de risco: Pessoas que já apresentam tendências à depressão ou dificuldade de regulação emocional estão mais suscetíveis ao transtorno. O estilo de vida introspectivo durante o inverno também pode intensificar sentimentos negativos.
- Prevenção: A prática de atividades físicas, exposição à luz solar sempre que possível, manutenção de uma rotina ativa e o envolvimento em atividades prazerosas são estratégias recomendadas. Em casos persistentes, o acompanhamento com psicólogos e psiquiatras é indispensável.
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