**Evento gratuito no dia 19 de dezembro contará com exibição de dois curtas gravados pelos alunos, vídeos de retrospectiva, entrega de certificados e abertura de uma exposição sobre a trajetória da FLAFE, no Cine Teatro Benedito Alves
Após nove meses de uma imersão no mundo do audiovisual, o projeto FLAFE Master Shot (Formação Livre de Audiovisual Fora do Eixo) celebra a formatura da sua primeira turma no dia 19 de dezembro, a partir das 18h, no Cine Teatro Benedito Alves. Um dos destaques da noite é a exibição de dois filmes produzidos pelos alunos. Haverá ainda apresentação de vídeos de retrospectiva, entrega de certificados de conclusão do curso e abertura de exposição multimídia sobre a FLAFE.
Os curtas “Sobre Máscaras e Cartas” e “E Se o Primeiro Filme do Mundo Fosse Brasileiro” são uma amostra dos aprendizados ao longo da FLAFE, na qual os estudantes tiveram três aulas semanais, participaram de oficinas, ações multiplicadoras e colocaram a mão na massa para aprender os fundamentos do audiovisual.
A exposição, que fica no Benedito Alves até janeiro, conta com fotografias dos multiplicadores, vídeos feitos nos exercícios das aulas, linha do tempo contando a história da FLAFE, exposição dos diários do exercício “Eu Cineasta”, fotos das ações multiplicadoras e Espaço Instagramável.
“Estamos muito felizes em ver como o curso foi produtivo, com alunos engajados, uma sinergia com toda a equipe, e a perspectiva de que foi algo que contribuiu para o desenvolvimento de um olhar profissional, conectado à realidade do mercado. Já estamos vendo os frutos com iniciativas independentes e conquistas em editais de fomento à cultura”, comenta Marcella Arnulf, atriz, roteirista e uma das fundadoras da FLAFE.
Nova carreira
Aos 19 anos, Gu Magraz encontrou na FLAFE a oportunidade perfeita, no momento ideal. Ele tinha acabado de se formar no segundo grau e conseguido uma vaga na área administrativa de um hospital, quando ficou sabendo da FLAFE.
“O audiovisual é algo que me atrai há muito tempo. Sempre vi muitos filmes e estudei por conta própria sobre o tema, mas não encontrava um local para estudar. São poucas opções, e todas muito caras. Estava pensando em trabalhar fora da área para juntar dinheiro e ir estudar em São Paulo, e foi aí que a FLAFE apareceu e corri para me inscrever”, conta.
A partir da seleção, comprovou que o audiovisual é o caminho certo para ele. “Foi uma grande virada de chave. Nas atividades da FLAFE, vi muita coisa que nem imaginava, fiquei próximo de uma realidade que parecia muito distante”, disse Gu, que já gostava das áreas de roteiro, direção e fotografia, e passou a se interessar também por edição e som.
Na FLAFE, ele foi um dos multiplicadores que realizaram oficinas abertas, orientando os participantes sobre direção de fotografia e operação de câmera na ação “Como é Feito um Filme: Entendendo o Set”. No curta “Sobre Máscaras e Cartas”, foi co-roteirista e operador de câmera. Paralelamente, também fez um curso de direção de arte com Iara Pinheiro, uma das professoras da FLAFE.
“A turma da FLAFE é muita diversa, fiz muitos contatos, conheci gente que já trabalhava na área, com arte e cultura, e a convivência com os professores foi muito rica. Sinto que agora tenho um porto seguro, pessoas com quem posso trabalhar no futuro”, destacou o jovem, fã de realizadores como Jorge Furtado, Jordan Peele e Donald Glover, que já está colhendo frutos, ao ter o projeto “Papéis Inertes” contemplado em edital para novos artistas pela Lei Aldir Blanc.
Gabriela Aquino Mariano, 41, multiplicadora da FLAFE e uma das realizadoras da oficina de caracterização de personagens, falou um pouco sobre a experiência e os aprendizados durante a formação, que culminaram com a participação na produção do curta “Sobre Máscaras e Cartas”.
“Entrei com uma expectativa, de algo mais teórico, mas teve muita prática, simulação do set. Foi bem intenso, um verdadeiro mergulho de cabeça no audiovisual. Valeu muito a pena, realizei um sonho de infância. Um curso como esse, gratuito, no centro da cidade, com tanta gente bacana. Faria tudo de novo”, afirmou Gabi, que cita Walter Salles, Stanley Kubrick e Jordan Peele como diretores que admira.
Para ela, a FLAFE é apenas o começo da trajetória de muitas pessoas na área do audiovisual. “Conhecemos muita gente, já sabemos o que cada um mais gosta de fazer, e os coletivos já estão surgindo, como o Calevi, em que atuei na produção do curta ‘Rolo de Canela'”, cita Gabi, que vai aproveitar a experiência prévia em pedagogia no desenvolvimento de projetos unindo as duas áreas.
O projeto FLAFE Master Shot
A FLAFE Master Shot é a primeira escola independente de longo prazo de ensino de produção audiovisual de São José dos Campos, que tem o objetivo de formar novos profissionais na região do Vale do Paraíba, de maneira prática e alinhada com a realidade local.
Com aulas presenciais três vezes na semana, o curso começou em abril, com 45 alunos, escolhidos em seleção que valorizou a inclusão e diversidade, reservando um mínimo de 50% de inscrições destinadas a vagas afirmativas (mulheres, negros, indígenas, transexuais, PCD e mães solteiras), além de bolsas para alunos em vulnerabilidade econômica.
Os alunos tiveram aulas sobre os fundamentos globais do audiovisual e um aprofundamento em núcleos de especialização em roteiro, direção, produção, direção de foto, arte e de som. O projeto focou em dar passos em direção ao sonho de solidificar um novo mercado da economia criativa fora da capital, trazendo conteúdos sobre novas mídias e outras possibilidades contemporâneas de se trabalhar no setor audiovisual criativo.
As masterclasses com Vera Hamburguer (sobre direção de arte), Ed Côrtes (som), Minom Pinho (produção), Newton Cannito (roteiro) e Hélcio Alemão Nagamine (direção de fotografia) foram outro ponto alto da formação.
O projeto também contemplou ações pela cidade que extrapolaram o ambiente da sala de aula, como um circuito de oficinas (com os temas “Narrativas inclusivas”, “Entendendo o Set”, “Olhar Cinematográfico Antes e Depois” e “Caracterização de Personagens”), exibições em regiões periféricas e universidades de São José dos Campos, aberto a toda a sociedade civil e professores.
A FLAFE é uma produção da EntreNova, com idealização e coprodução da Master Shot, conta com apoio da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, do Parque de Inovação Tecnológica e da AFAC. Realização: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal e Ministério da Cultura, via Lei Paulo Gustavo. #LeiPauloGustavoSP #tudoviracultsp
SERVIÇO:
Evento de encerramento da FLAFE
Data: 19 de dezembro
Horário: 18h às 21h
Local: Cine Teatro Benedito Alves (Rua Rui Dória, 935, Centro)
Gratuito
Vagas limitadas. Necessário confirmação de presença:
Sinopses dos curtas:
Sobre Máscaras e Cartas
Olívia é uma jovem e promissora atriz de teatro. Durante os ensaios para a peça de um renomado diretor, ela recebe cartas sugestivas e se envolve em uma relação intensa com sua colega de cena. Esse envolvimento a leva a um drama apaixonante e perigoso, que ameaça seus sonhos e ambições.
E Se o Primeiro Filme do Mundo Fosse Brasileiro
Bárbara, uma jovem jornalista, busca ascensão em sua profissão e vê a oportunidade de uma matéria sobre uma conspiração impulsionada por Pedro, um influenciador digital que alega ter descoberto que o primeiro filme da história do cinema é brasileiro. Durante uma entrevista, ambos se desentendem e a discussão revela uma disputa de egos. Bárbara acredita que Pedro é mais um lunático desses que inundam a internet com teorias da conspiração, enquanto Pedro acredita que Bárbara representa uma mídia comprada e enviesada. Após o fracasso da entrevista, Bárbara reflete sobre a dinâmica de disputa de narrativas no convívio social e digital, concluindo que é necessário averiguar os fatos e ter empatia na busca pela verdade.
Sobre a Master Shot
A Master Shot é uma escola independente de ensino de produção audiovisual criada em 2017, que capacita jovens para produções de baixo orçamento e empreendedorismo criativo. Com uma abordagem prática e inovadora, a Master Shot tem sido pioneira na formação de novos talentos no Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira, impactando mais de 6.000 artistas e novos profissionais em suas ações gratuitas e mais de 500 alunos em seus cursos formativos. Recebeu os primeiros lugares no edital da Lei Paulo Gustavo, do governo estadual, para o desenvolvimento do projeto FLAFE, no qual reafirma o compromisso em democratizar o acesso ao conhecimento audiovisual e incentivar a produção de obras regionais significativas e representativas.