segunda-feira, agosto 4, 2025

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Síndrome Nefrótica: entenda como doença, diagnosticada na filha do cantor Júnior, pode afetar crianças e adultos

Síndrome rara, que atinge 1 a cada 50 mil crianças, causa eliminação em alta quantidade de proteínas pela urina e pode trazer sérios riscos se não tratada corretamente

Recentemente o cantor Júnior, artista da dupla Sandy e Júnior, declarou em suas redes sociais que sua filha de apenas 3 anos foi diagnosticada com a Síndrome Nefrótica, condição rara que afeta os rins. A doença ocorre quando os rins passam a eliminar uma quantidade anormalmente alta de proteínas pela urina. Isso acontece quando há um dano na barreira de filtração dos órgãos, uma estrutura responsável por reter o que é importante no sangue, como as proteínas, e eliminar apenas o que o corpo não precisa.   

A ocorrência dessa síndrome em crianças é rara, atingindo 1 a cada 50.000. Apesar disso é uma das causas mais comuns da perda de proteína na urina na infância. O nefrologista do Grupo São Lucas de Ribeirão Preto. Dr. Filipe Miranda Bernardes (CRM: 202097 / RQE: 112141), explica que, apesar de poder acometer pessoas de qualquer idade, a síndrome pode ser mais comum em alguns perfis dependendo da causa de base.  

Em crianças, especialmente entre 2 e 6 anos, a forma mais frequente é a chamada “doença de lesões mínimas”, geralmente com bom prognóstico. Já em adultos, a síndrome pode estar relacionada a doenças autoimunes como lúpus eritematoso sistêmico, diabetes, infecções crônicas, uso de certos medicamentos e até neoplasias.    

“Os principais sinais incluem inchaço, especialmente ao redor dos olhos ao acordar, e nas pernas e tornozelos ao longo do dia. A urina costuma ficar espumosa, há ganho de peso por retenção de líquidos, além de sintomas como perda de apetite, cansaço excessivo e sensação de fraqueza ou prostração”, explica.   

A investigação para o diagnóstico começa através de exames de urina de 24h, onde valores acima de 3,5 g de proteína podem ser decisivos para confirmação da síndrome. Para além deste, existe avaliação no sangue, que costuma mostrar baixa proteína e colesterol e triglicérides altos. 

Em crianças, muitas vezes o tratamento é iniciado sem a realização de biópsia dos rins, devido a causa mais comum ter boa resposta a corticoides. Nos adultos, a investigação é mais minuciosa, com exames de sangue específicos e, na maioria dos casos, a biópsia renal, exame responsável por mostrar a causa e guiar o tratamento mais correto.   

Quando não diagnosticada ou tratada de forma adequada, a síndrome pode trazer riscos importantes, como o acúmulo de líquido que pode levar a edemas mais graves, incluindo derrames pleurais, água no pulmão, e ascite, água na barriga. Há ainda aumento do risco de infecções, desnutrição, trombose venosa e, em alguns casos, pode levar a evolução para insuficiência renal aguda e crônica.   

 “Iniciamos uma terapia de suporte, com medicações diuréticas para controlar o inchaço, orientamos uma dieta pobre em sal, além de uso de medicações anti-hipertensivas como Enalapril ou Losartana. E usualmente há a necessidade de utilizar medicações imunossupressoras como o corticoide em doses altas. Algumas pessoas podem não responder bem ao tratamento inicial. Isso pode acontecer por vários motivos como o tipo da doença, outras condições de saúde ou mesmo a forma como o corpo reage aos medicamentos”, detalha o nefrologista.  

Embora não tenha cura, a maioria dos casos após diagnóstico e tratamento corretos haverá remissão da doença. Em alguns casos, pode haver recaídas.  O médico explica que, como no caso da filha do cantor Júnior, a resposta ao tratamento costuma ser positiva, com recuperação rápida em torno de poucas semanas, resultando em remissão total. Ao longo da vida adulta pode ocorrer recidivas da doença. 

Por fim, o médico salienta a necessidade de estar atento aos sinais do corpo quando algo está fora do normal. Ao perceber urina mais espumosa, inchaço fora do habitual nas pernas ou ao redor dos olhos e ganho de peso, o paciente deve investigar e procurar um profissional de confiança. 

“É fundamental seguir o tratamento de forma correta, com acompanhamento do seu médico nefrologista, que faz total diferença no curso do tratamento e seguimento. Deve-se tomar os remédios conforme orientação, manter o consumo de dieta pobre em sal, manter uma boa hidratação oral, realizar exames regularmente, bem como ficar atento a sinais de alerta da doença e evitar o uso de medicamentos não orientados por seu médico(a). Quanto antes um quadro de síndrome nefrótica for identificado e diagnosticado, melhores serão as chances de um correto tratamento, remissão e ausência de complicações”, conclui.  

Sobre o Grupo São Lucas – O Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP) é uma marca de tradição, qualidade e confiança em medicina de excelência há mais de 50 anos, com médicos especialistas, atendimento humanizado e estrutura própria com alta tecnologia. É composto pelo Hospital São Lucas, Hospital São Lucas Ribeirania e São Lucas Medicina Diagnóstica. O Grupo, localizado em Ribeirão Preto (SP) é administrado pela Hospital Care, uma holding de serviços de saúde formada por mais de 30 unidades entre hospitais e clínicas, em 7 cidades do país.    

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