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Pole dance como esporte: modalidade mistura dança, esporte, forma de expressão, autoestima e contato com o próprio corpo

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Subby Souza, performance no Love Cabaret e León Franz, diretor artístico da casa, falam sobre a prática que foi reconhecida como modalidade esportiva

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“O pole dance é uma prática que une dança e ginástica, extremamente difícil e complexa, que exige uma grande quantidade de força e dedicação”. É assim que o diretor artístico do Love Cabaret descreve a modalidade originária da Inglaterra nos anos 1980 e popularizada e introduzida em Portugal no início do século pela escola Círculo de Dança de Lisboa. 


A evolução do pole sport é notável. Atualmente, a modalidade é praticada por homens e mulheres em todo o mundo e conta com competições estruturadas em diversos países. Em 2009, a criação da Federação Internacional de Pole Sports (IPSF) marcou um ponto de virada para a modalidade, ao estabelecer regras oficiais, códigos de pontuação e parâmetros técnicos comparáveis aos de esportes olímpicos. A partir disso, o pole passou a ser reconhecido como um esporte legítimo — e já há discussões sobre sua inclusão em edições futuras dos Jogos Olímpicos.


Para Subby Souza, performer do Love Cabaret e praticante da modalidade, o pole vai muito além da estética. “Demorei meses pra conseguir subir na barra e entendi que não era só força física. É técnica, é treino, é conexão com o próprio corpo”, relata. Como profissional da área, ela ressalta os altos níveis de exigência envolvidos na prática: “Trabalhamos com precisão nos movimentos, resistência muscular, fluidez coreográfica e consciência corporal. A preparação é comparável à de atletas de alto rendimento. E, ainda assim, existe arte, emoção e sensibilidade em cada sequência. O pole é exatamente isso: o equilíbrio entre disciplina e expressão.”

Apesar do crescimento da modalidade, a profissionalização do pole dance no Brasil ainda enfrenta barreiras. Segundo Subby, a rotina exige constante atualização técnica, cuidados intensivos com o corpo e versatilidade para ocupar diferentes funções. “A gente é professora, atleta, coreógrafa, produtora. Ainda existem poucos apoios formais e pouca visibilidade para quem escolhe viver do pole como profissão. Mas cada vez que subo no palco, sei que ocupo um espaço que foi aberto com muito esforço por outros profissionais antes de mim. Esse reconhecimento precisa avançar. O pole é esporte, é arte e é trabalho.

O Love Cabaret, espaço onde Subby performa regularmente, vem se consolidando como um ambiente que valoriza e legitima o cruzamento entre corpo, técnica e liberdade de expressão. “Acreditamos no pole dance como território legítimo de criação e superação”, afirma León Franz. “Nosso palco é espaço para que essas artistas sejam reconhecidas não apenas pela estética de suas apresentações, mas pela potência do esporte que executam”, finaliza o diretor artístico.

A consolidação do pole dance como modalidade esportiva reflete um movimento global de ampliação das definições de esporte, técnica e expressão corporal. Com regulamentações internacionais, circuitos competitivos e uma base crescente de praticantes e profissionais, a prática ocupa hoje um espaço relevante no cenário esportivo e artístico contemporâneo — atravessando fronteiras, quebrando estigmas e se firmando como uma disciplina que exige preparo físico, domínio técnico e constante aperfeiçoamento.

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