Graças ao congelamento de óvulos e os avanços da medicina reprodutiva, existem métodos para preservar a fertilidade que ajudam a determinar o melhor momento de ser mãe
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No mês Internacional da Mulher, a mulher busca independência financeira, estudar, trabalhar, cuidar do corpo, da casa e da família. Cabe a ela exercer diversos papéis, que não somente ter filhos e se dedicar exclusivamente à maternidade.
Neste sentido, muitas mulheres acima dos 35 anos de idade buscam saber como preservar a fertilidade. Para responder às principais dúvidas a respeito dessas possibilidades clínicas, o especialista em reprodução assistida, Dr. Alfonso Massaguer esclarece questionamentos comuns, e dá indicações para cada método.
Entendendo como preservar a fertilidade
Antes de falarmos sobre a preservação, de fato, devemos entender melhor como funciona o organismo feminino e o “relógio biológico ovariano”, que evolui por fatores próprios e não se relaciona somente ao envelhecimento do restante do corpo da mulher.
Embora casos de infertilidade sejam mais comuns após os 35 anos, procure um especialista para avaliar melhor a sua reserva ovariana.
O envelhecimento ovariano
O envelhecimento ovariano é caracterizado pelo declínio dos folículos ovarianos, decorrente da perda de saúde reprodutiva de óvulos e ovário. Acontece que as mulheres não produzem novos óvulos após o nascimento, ou seja, elas já nascem com a quantidade exata de óvulos, que serão liberados mensalmente ao longo da vida.
No início da vida, o número é de 2 milhões; após a primeira menstruação há uma queda para 400.000 e aproximadamente 1.000 são perdidos a cada menstruação, até não restar nenhum.
A queda na reserva ovariana é um processo inevitável, além de estar relacionada diretamente com a idade da mulher, outros aspectos podem influenciar, como por exemplo: o aspecto físico, estilo de vida e as escolhas alimentares. Não menstruar ou tomar pílula não reduzem este envelhecimento ovariano, afirma Dr. Alfonso Massaguer.
Para quem é recomendado o tratamento
Devido a maior ocorrência de declínio ovariano a partir dos 35 anos, é um método voltado a mulheres com idade igual ou superior à mencionada. Também é indicado para pacientes submetidas a quimioterapia ou radioterapia, e todas aquelas com indícios de redução de reserva ovariana ou fatores de risco, como menopausa precoce familiar.
Métodos de preservação da fertilidade
Há alguns métodos principais para quem busca saber como preservar a fertilidade. São eles: congelamento de óvulos, de embriões e do tecido ovariano.
O congelamento de embriões
No congelamento de embriões, os óvulos são obtidos através do estímulo ovariano, fertilizados em laboratório e, posteriormente, há o congelamento dos embriões resultantes. É o procedimento mais eficaz, com elevadas taxas de gravidez resultantes.
Esse procedimento é recomendado a mulheres que possuem um parceiro ou utilizem esperma doado. Nele, é feita a fertilização prévia do óvulo, com o espermatozoide escolhido previamente, sendo ele de banco de sêmen ou de algum parceiro. Após o congelamento do embrião não poderá ser alterado a paternidade.
Congelamento de óvulos
Diferente do congelamento de embriões, a mulher não precisa de um parceiro ou doação prévia de esperma. É um método de preservação da fertilidade que ajuda a garantir uma futura gravidez.
Estimulação ovariana
Este estímulo é usualmente realizado para obtenção de mais óvulos, e não apenas um maduro de um ciclo menstrual normal. Não reduz a reserva ovariana ou causa menopausa precoce. Lembra aquela perda de mil óvulos por ciclo menstrual mencionada acima. Então, estimulamos estes óvulos que morreriam naquele mês, não perdendo os óvulos de ciclos futuros.
Para o estímulo ovariano precisamos de uma mulher em idade fértil e de uns 12 dias antes de iniciarmos uma quimioterapia ou radioterapia. Em casos de câncer infantil ou que aguardar alguns dias não seja possível, o congelamento de tecido ovariano é uma opção.
Congelamento do tecido ovariano
Quando o ovário (ou parte do ovário) é removido por laparoscopia e congelado.
Agora que sabe como preservar a fertilidade, destacamos que são, acima de tudo, procedimentos voltados a quem não encontra outros meios para engravidar. Por isso agende uma consulta com um especialista em Medicina Reprodutiva, realize exames e veja qual procedimento é o mais indicado a seu caso.
Sobre Dr. Alfonso Massaguer – CRM 97.335
É Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e atua em Reprodução Humana há 20 anos. Dr Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida, autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.
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