Misturar cores e texturas é, acima de tudo, uma forma de contar histórias. Para Sofia Bombig, diretora criativa da Koord, o mix & match parte da escuta do ambiente: da luz que entra, dos materiais que já existem, das sensações que se deseja provocar. Não se trata de contraste pelo contraste, mas de criar conexões — mesmo entre elementos aparentemente distantes.
Cores falam de atmosfera. Texturas, de presença. Quando colocadas em diálogo, constroem camadas visuais e táteis que trazem identidade ao espaço. Um tom vibrante pode encontrar equilíbrio ao lado de um tecido fosco. Um tapete de trama marcada pode fazer par com uma madeira polida, criando ritmos e pausas na composição.
Essa construção não acontece isoladamente. Para Sofia, é fundamental observar o entorno: o mobiliário, a produção, os objetos. “Cada peça tem algo a dizer. Às vezes, basta repetir um tom, contrastar uma forma ou variar uma textura para que tudo se amarre com naturalidade”, explica. A harmonia, nesse processo, não vem da uniformidade — mas da escuta entre os materiais.
Na visão da Koord, o tapete funciona como ponto de partida, quase como uma moldura invisível que dá unidade ao conjunto. É ele quem ancora o olhar, organiza os volumes e sugere caminhos para a paleta e para os acabamentos. A composição surge aos poucos, no tempo do olhar atento.
“Gosto de pensar o mix & match como um convite à liberdade — mas uma liberdade com propósito. É quando a intuição encontra direção”, finaliza Sofia.
