Aproximadamente 11% da população feminina no Brasil sofre com a condição, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
Quando o assunto são doenças vasculares, as pessoas quase sempre assimilam a questão às varizes, a enfermidade mais comum da categoria. Contudo, existem outros problemas que são igualmente frequentes e nem tão comentados, como o lipedema — condição que afeta quase 11% da população feminina no Brasil, segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).
O lipedema é uma doença vascular crônica que causa um aumento anormal no volume dos membros inferiores. Geralmente, é comumente confundido com os inchaços causados pelas varizes, mas trata-se de um problema de retenção de líquido que afeta especificamente as pernas.
Em raros casos, ainda é possível notar um aumento de volume nos braços, mas não chega a ser um sintoma comum. Diferentemente de um quadro de sobrepeso ou obesidade, a pessoa que sofre de linfedema pode não apresentar nenhum excesso de gordura em outras partes do corpo.
É muito comum que o indivíduo apresente uma estrutura corpórea magra, com tronco e braços mais finos, enquanto as pernas e os pés ficam inchados e desproporcionais.
Causas e sintomas
O principal problema do lipedema costuma ser estético, levando a pessoa a ficar insatisfeita com seu próprio corpo. Contudo, o inchaço das pernas também implica em algumas limitações e desconfortos no dia a dia.
Isso inclui dores, cansaço excessivo, sensação de peso nos membros inferiores e possíveis hematomas que podem surgir ao menor dos contatos.
Não existe nenhuma causa totalmente atribuída para a doença, mas 90% dos casos se concentram entre a população feminina, sempre em idade adulta. Apesar de não existir nenhuma relação cientificamente comprovada, fatores de risco como sedentarismo, obesidade e distúrbios hormonais costumam estar relacionados ao surgimento do lipedema.
Tratamento
Por ser uma doença crônica, o lipedema não tem cura. O tratamento visa aliviar os sintomas, reduzindo os inchaços para proporcionar mais qualidade de vida ao paciente. Isso exigirá acompanhamento médico contínuo e periódico, a fim de manter a enfermidade controlada por longos períodos.
O diagnóstico é clínico e feito com exames de ultrassom. Geralmente, os profissionais orientam alguns hábitos e cuidados cotidianos para reduzir os inchaços, incluindo prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável (para controle do peso) e uso de meia de compressão feminina para conter a retenção de líquido.
Quando essas alternativas não geram bons resultados, a última medida seria a cirurgia de lipoaspiração, visando remover o excesso de gordura e líquido dos membros inferiores.