terça-feira, setembro 9, 2025

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Games deixam de ser só lazer e passam a preparar jovens para carreiras do futuro

Habilidades desenvolvidas em jogos digitais estão moldando profissionais preparados para os desafios do mercado de tecnologia e inovação

O hábito de passar horas diante das telas, imerso em jogos, desafios e estratégias, tornou-se rotina entre os jovens. O que antes parecia apenas diversão agora se revela como um caminho de acesso a carreiras de alta complexidade, que vão da programação de sistemas à automação industrial.

Segundo dados da consultoria PwC, o mercado global de games deve ultrapassar US$ 300 bilhões até 2029, mas seu impacto vai muito além do entretenimento: habilidades cognitivas desenvolvidas em jogos como raciocínio lógico, trabalho em equipe, tomada de decisão rápida e resolução de problemas são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho.

Enquanto muitos jovens consomem games de forma passiva, o verdadeiro salto de desenvolvimento ocorre quando eles passam a criá-los. Aprender a desenvolver um jogo transforma o jovem de mero espectador em um arquiteto de soluções. É nesse processo de criação que ele de fato exercita, na prática, competências essenciais para carreiras em programação, automação e robótica industrial”, explica Marco Giroto, fundador da SuperGeeks, primeira escola de programação e robótica para crianças e adolescentes do Brasil.

Essa transição do universo digital para o mundo corporativo não é teoria: ela já está acontecendo. Michael Lopes, que é engenheiro de automação, diz que a formação inicial com tecnologia foi determinante. “A mesma curiosidade que me levou a explorar linguagens de programação ainda adolescente é a que me guia hoje em projetos de alta complexidade industrial. A lógica dos games ensina a pensar em cenários, prever consequências e buscar a melhor estratégia, exatamente como fazemos em linhas de produção inteligentes”, destaca.

O fenômeno ganha ainda mais relevância em um contexto de indústria 4.0, onde a integração entre inteligência artificial, robótica e automação redefine os empregos. Estudo do Fórum Econômico Mundial projeta que 78 milhões de novos postos de trabalho devem surgir até 2030.

Para Giroto, o desafio do Brasil está em canalizar o interesse por jogar em uma trajetória profissional estruturada. “Se o país souber transformar a paixão por games em habilidade para desenvolvê-los, poderá formar de maneira acelerada os talentos que hoje fazem falta em setores estratégicos da economia”, afirma.

O movimento também dialoga com a educação: cada vez mais escolas e instituições de ensino buscam integrar metodologias baseadas em jogos para estimular engajamento e aprendizado prático.

No fim, a mensagem é clara, os games não são apenas entretenimento, mas sim ferramentas poderosas para formar mentes criativas e preparadas para os desafios da indústria moderna.

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