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Festas de fim de ano reacendem laços e conflitos: como lidar com o turbilhão emocional

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Ressignificar traumas e reconstruir relações exige autoconhecimento e práticas baseadas em ciência

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O fim de ano, tradicionalmente associado a festas e reencontros familiares, também se torna um período desafiador para muitos. A temporada evoca lembranças, desperta saudades e, em alguns casos, reabre feridas emocionais, como conflitos familiares e traumas do passado. Segundo especialistas em saúde mental, o período pode ser uma oportunidade para a reconstrução de laços, desde que haja preparação emocional e disposição para o diálogo.

Para Vinícius Dornellas, psicólogo e também especialista em DBT, “estratégias como a atenção plena, que são ensinadas na terapia, ajudam a reduzir o impacto das emoções negativas durante as reuniões. Isso inclui técnicas de respiração e de foco no momento presente, que podem ser aplicadas em situações tensas”. Dornellas ainda reforça que o período pode ser usado para criar um espaço de reaproximação: “Pequenos gestos de validação e escuta ativa são mais poderosos do que qualquer discurso longo ou presente caro”.

A psicóloga Êdela Nicoletti, especialista em Terapia Comportamental Dialética (DBT), destaca que “o primeiro passo para evitar a repetição de padrões disfuncionais é o reconhecimento das emoções que emergem nesses encontros. A DBT ensina práticas como a validação emocional, que ajuda a legitimar o que sentimos sem julgamento”. Essa abordagem pode auxiliar não apenas na identificação dos problemas, mas também na abertura para o perdão e na possibilidade de reconciliação. 

A resignificação de relações, no entanto, não é simples nem ocorre de forma imediata.

No Brasil, onde as celebrações de fim de ano são intensamente marcadas pela convivência familiar, o desafio é ainda maior. A expectativa cultural de união pode pressionar as pessoas a ignorarem seus limites emocionais. Nesse contexto, práticas baseadas na ciência, como as sugeridas pela DBT, oferecem ferramentas para enfrentar esses desafios com mais equilíbrio.

Os especialistas sugerem que, antes de qualquer tentativa de reconciliação, é essencial trabalhar o próprio bem-estar emocional. “Reconstruir laços requer vulnerabilidade e coragem, mas é também um ato de autocompaixão”, conclui Êdela Nicoletti.

Vinícius Guimarães Dornelles – mestre em psicologia na área de Cognição Humana. Especialista em Terapia Comportamental Dialética (DBT) pela Behavorial Tech (Seattle-EUA), em Terapia Dialéctico Conductual pela Universidade de Lujan (Argentina), em Terapia Cognitivo Comportamental e em Terapias baseadas em evidências para o TPB pela Fundación Foro (Argentina).

Êdela Aparecida Nicoletti – psicóloga especialista em Terapia Comportamental Dialética (DBT) pela Behavioral Tech (Seattle-EUA) FBTC e DGERT e em Terapia Cognitivo-Comportamental. Com certificação em transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), Êdela é diretora do Centro de Terapia Cogntiva (CTC) Veda, mentora e tutora do Programa de Proficiência em Terapia Cognitiva e professora Honorária da Equipe Formadora do Instituto Nora Cavaco de Portugal.

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