quarta-feira, setembro 10, 2025

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A escolha  de escola na Educação Infantil pode influenciar na saúde emocional da criança

Educadoras da Lourenço Castanho ressaltam que essa fase escolar precisa ser acolhedora, pois as vivências nela construídas sustentam aprendizados, vínculos e decisões futuras

O ingresso na Educação Infantil marca uma fase de transição no desenvolvimento da criança, e a escolha da escola nesse momento pode influenciar seu percurso emocional. Um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, aponta que experiências estressantes durante a formação do cérebro aumentam em 40% o risco de transtornos de ansiedade na vida adulta. Em contrapartida, desafios “moderados” entre os 6 e 12 anos contribuem para a construção da resiliência. Para Vivian Alboz, doutora em Educação e diretora pedagógica da Educação Infantil na Unidade Vila Nova Conceição da Escola Lourenço Castanho, essa etapa precisa ser acolhedora, pois as vivências nela construídas sustentam o aprendizado, os vínculos e decisões futuras.

Ela reconhece que escolher uma escola não é tarefa simples e ressalta que o desafio se intensifica na Educação Infantil. “Além de influenciar as memórias que serão construídas desse período, a decisão envolve a confiança da família. Por isso, a família  precisa ser criteriosa ao conhecer as escolas, seus profissionais e espaços, já que a maioria das crianças ainda não possui a oralidade desenvolvida e não conseguirá relatar o que vivencia. Saber que a decisão foi tomada com critério e alinhamento de princípios é fundamental”, explica Vivian.

Em vista disso, a clareza dos familiares e o perfil da criança são pontos centrais no processo de escolha. “É importante que a família conheça as características e o estilo de aprendizagem de seu filho, como mais ativa, observadora, sensível, curiosa, para depois visitar a escola e observar as práticas pedagógicas, visando compreender se proporcionam experiências significativas e condizentes com  diferentes perfis”, orienta.

Gabriela Kogachi, diretora pedagógica da Educação Infantil dos Anos Iniciais da Escola Lourenço Castanho – Alto da Boa Vista, acrescenta que a infraestrutura influencia diretamente nesse desenvolvimento e no acolhimento das crianças. “Como concebemos os espaços como educadores, ou seja, ambientes que promovem o aprendizado, estes precisam ser cuidados e organizados para oportunizar situações estimulantes, favorecendo a curiosidade, a investigação, a criatividade e a autonomia”, comenta. Ela enfatiza, ainda, que é  importante esclarecer que a segurança não pode ser confundida com ausência de desafios motores, como escaladas e escorregadores. “Mas a presença de educadores para garantir a segurança é fundamental”, complementa.

Profissionais e a presença familiar

A qualificação dos profissionais é outro pilar. Gabriela ressalta que, por muito tempo, a Educação Infantil foi vista como um lugar apenas de cuidados e que a Educação Superior não era exigida. “Mas já se sabe que a qualificação dos profissionais é um dos pilares para garantir um ambiente seguro, acolhedor e significativo para o trabalho de desenvolvimento integral das crianças”, destaca.

Vivian chama a atenção também para a segurança emocional, que depende do dia a dia escolar. “Nada como uma visita dos pais ao espaço físico da escola, observando como adultos e crianças se relacionam, para avaliar se aspectos emocionais estão sendo priorizados”, aconselha Gabriela, reforçando que a presença ativa da família também contribui para a adaptação da criança. “Quando há proximidade e colaboração, forma-se uma rede de apoio entre escola e família. A criança se adapta mais facilmente e esse vínculo fortalece valores e atitudes trabalhados dentro e fora da escola”, completa.

Por fim, Vivian alerta para sinais de adaptação e mudanças de comportamento. Algumas crianças ficam bem por alguns dias, mas após perceberem a rotina, é natural que possam demonstrar um certo cansaço e até uma irritação. 

Já os sinais de alerta podem ser choro excessivo, mudanças de humor ou alterações no sono e apetite. “Como se trata de um processo não linear, o diálogo é sempre o melhor caminho para replanejar rotas e ajudar a criança a se desenvolver. Não existe receita, mas o que deve influenciar a decisão é o que melhor se enquadra em cada dinâmica familiar”, finaliza Vivian.

A seguir, Vivian e Gabriela citam cinco aspectos que os pais podem observar no momento de escolher uma escola de Educação Infantil:

– Proposta pedagógica alinhada e coerente: a escola deve ter um projeto educativo coerente, fundamentado na legislação e em princípios pedagógicos sólidos;

– Espaço e materiais adequados: ambientes amplos, áreas para o faz de conta, elementos naturais e brinquedos de qualidade adaptados à primeira infância;

– Rotina e jornada compatíveis com o desenvolvimento infantil: tempos para necessidades individuais e interações, evitando que bebês fiquem longos períodos em berços ou em bebês-conforto;

– Qualificação e postura dos profissionais: equipe formada em Pedagogia, com atualização constante, ética e postura respeitosa, promovendo vínculos de confiança;

– Infraestrutura, acolhimento e parceria com a família: ambientes acessíveis à altura das crianças, cuidado e respeito, comunicação clara com as famílias e participação conjunta na educação.

Sobre Vivian Alboz

Doutora em Educação pela PUC-SP, com áreas de pesquisa em formação de professores em contexto; educação infantil; e alfabetização, Vivian Alboz é diretora pedagógica da Educação Infantil da Escola Lourenço Castanho, tendo atuado por mais de 10 anos como coordenadora pedagógica da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Sobre Gabriela Kogachi 

Gabriela Kogachi, mestranda em Escritura e Alfabetização, pós-graduada  em Convivência Ética na Escola, pós-graduada  em Educação Inclusiva e Psicopedagogia e diretora pedagógica de Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Escola Lourenço Castanho.

Sobre a Escola Lourenço Castanho 

Oferece um projeto pedagógico inovador, que extrapola o trabalho com os conteúdos produzidos pelas grandes áreas do conhecimento, investindo também no desenvolvimento da autonomia e da crítica, na análise da dimensão social construída pelos estudantes e na vinculação com o saber. Ao longo dos anos, a escola mantém o compromisso com seus princípios, consolidando a formação integral como a base de seu projeto pedagógico-educacional.

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