quinta-feira, novembro 21, 2024

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Os 6 Ds da endometriose: saiba identificar as principais dores e dificuldades da condição

Sintomas podem passar despercebidos e serem confundidos com outras doenças; reconhecê-los faz a diferença e evita o seu agravamento 

A endometriose é uma condição de saúde que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, com sintomas que podem ser debilitantes e impactar significativamente a qualidade de vida. Saber identificar alguns dos sinais mais recorrentes é fundamental para garantir um diagnóstico correto o mais cedo possível e traçar o tratamento adequado. 

“Ao reconhecer os sintomas comuns da endometriose, a mulher pode buscar ajuda médica apropriada e, assim, iniciar um tratamento personalizado. O plano de ação pode incluir medicamentos, terapias hormonais, fisioterapia e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas”, afirma o Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose e colaborador do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Caracterizada pelo crescimento anormal do revestimento uterino na parte externa do órgão, a endometriose costuma ser subdiagnosticada ou diagnosticada tardiamente. Por isso, acaba levando ao seu agravamento e a outras complicações evitáveis. Estes sintomas são, em sua maioria, dores crônicas específicas, já que a presença desse tecido fora do útero acaba levando a inflamação, irritação, sangramento e formação de aderências ao redor de outros órgãos. 

Você saberia identificar essas dores? A seguir, o Dr. Patrick elenca as principais para ajudar mulheres a reconhecê-las; são os chamados 6 Ds da endometriose. Confira:

Dor menstrual intensa

O termo usado é dismenorreia e se refere a fortes dores durante a menstruação. Enquanto algumas cólicas menstruais são normais, a dismenorreia intensa está comumente associada à endometriose e é descrita como extremamente debilitante, interferindo nas atividades cotidianas. Ela pode começar antes do período menstrual e continuar por dias após o sangramento. Seu tratamento, muitas vezes, requer abordagens multidisciplinares.

Dor pélvica crônica

É a dor persistente que pode ocorrer na pelve e nas áreas do corpo associadas, como abdômen, costas ou pernas. Mulheres com endometriose podem experimentar desconforto crônico intermitente ou contínuo, que varia em intensidade, chegando a afetar negativamente a qualidade de vida. A dor crônica associada à doença é desafiadora de tratar e requer uma abordagem mais ampla, incluindo medicamentos, terapias físicas e intervenções cirúrgicas, dependendo das necessidades individuais.

Dor nas relações sexuais

Dor durante a atividade sexual não é normal; também é possível que esteja relacionada à endometriose. Ela pode surgir durante a penetração, causando desde sensações de ardor e pressão até uma dor que impossibilita a prática sexual. Varia de leve a intensa, na região pélvica, abdominal ou lombar. Além do desconforto, este sintoma pode prejudicar a libido e a lubrificação da mulher, afetando mais profundamente sua vida sexual e seu relacionamento, com consequências emocionais complexas.

Dor ou sangramento urinário durante o ciclo menstrual

A endometriose pode afetar a bexiga ou a uretra, causando desconforto também durante a micção. Dores ao urinar muitas vezes são confundidas com infecções urinárias; se aparecerem próximo ao período menstrual, então, podem acabar camuflando uma endometriose. Por isso que, identificado este sintoma, ir ao médico para uma investigação mais profunda é fundamental. 

Dor ou sangramento intestinal durante o ciclo menstrual

Os focos de aderência da endometriose também podem atingir o intestino grosso, o intestino delgado e o reto. Dores abdominais ao evacuar, constipação, diarreia, distensão abdominal e presença de sangue nas fezes, especialmente durante a menstruação, podem ser sintomas da doença. A condição não costuma ser perigosa quando tratada corretamente, o que só é possível quando devidamente diagnosticada; caso contrário, apesar de raro, pode agravar-se a ponto de causar obstrução intestinal.

Dificuldade para engravidar

O endométrio é o revestimento uterino que descama e é eliminado a cada ciclo menstrual, caso a mulher não esteja grávida. Ao crescer fora do útero, caracterizando a endometriose, causa inflamação e alterações consideráveis na anatomia reprodutiva feminina. Mas essa alteração não é a única causa da infertilidade; focos de endometriose produzem substâncias que podem prejudicar as etapas da fecundação, como a qualidade e a quantidade da ovulação, a junção do óvulo ao espermatozoide e a fixação do embrião no útero.

“Nunca é demais reforçar a importância de buscar atendimento e orientação de um ginecologista de confiança nos primeiros indícios. Assim, o quadro de endometriose pode ser investigado e, sendo o caso, receber tratamento o quanto antes. O diagnóstico precoce é o maior aliado da mulher, pois previne que a doença atinja níveis mais graves e afete outras áreas da vida além da fisiológica”, reforça Bellelis.

Clínica Bellelis – Ginecologia

O ginecologista Patrick Bellelis é Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), do Hospital de Câncer de Barretos.

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