sexta-feira, agosto 8, 2025

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Livro denuncia racismo e defende educação na luta antirracista

“A cor que nos separa”: os verdadeiros vilões usam máscaras manchadas pelo racismo

Em novo romance, advogado gaúcho Daniel Tonetto denuncia feridas históricas do preconceito racial no sul do país

Após uma vida dedicada à Medicina, à Física Quântica e ao estudo do comportamento humano, Theodora Borges é consagrada mundialmente em 2062. Ao receber o Prêmio Nobel, ela relembra a trajetória da família, especialmente de seu tio Stéfano Veras, um homem nascido em meio à pobreza e criado numa fazenda cheia de preconceitos. É neste contexto que o escritor e advogado Daniel Tonetto une passado, presente e futuro no livro A cor que nos separa, para denunciar as mazelas do racismo estrutural no Brasil.

O discurso de Theodora na premiação conduz os leitores ao século XX, para as vastas e distantes planícies dos pampas gaúchos, onde nasceu seu tio. Filho de uma benzedeira e de um tratador de animais, desde cedo Stéfano destacou-se por sua inteligência e bondade. Porém, ainda jovem percebeu o contraste social e as profundas desigualdades, representadas principalmente na figura de Eunice, uma mulher rica e conhecida por sua crueldade. Decidido a fugir da violência e encontrar novas oportunidades, o rapaz se muda para a cidade gaúcha de Santa Maria, mas lá enfrenta outros desafios e mais discriminação.

— O preconceito precisa ser vencido, e para isso acontecer não será através das sombras da violência ou de xingamentos.
— E como seria, então? — perguntou, indignado.
— Através do perdão! Acreditem, as pessoas realizadas e felizes jamais serão preconceituosas. Esse sentimento mesquinho nasce das frustações daqueles que não alcançam o sonho que almejam. (A cor que nos separa, p. 131)

Incentivado pela professora Suilnira, cujo principal objetivo de vida era combater a violência racial por meio dos livros, Stéfano revela como a educação pode ser uma ferramenta de libertação, mesmo quando tudo conspira contra. Em contrapartida, Eunice ilustra a forma que o ódio e o racismo são passados adiante. Ao entrelaçar a trajetória de personagens marcados pela dor e pela resistência, Daniel Tonetto convida os leitores a enxergarem as feridas históricas do Brasil que continuam abertas.

Além de homenagear figuras reais, como Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, e de mesclar elementos de fé, cultura popular e luta social, A cor que nos separa traça uma narrativa tocante e necessária. É um lembrete de que, para construir um futuro mais digno, as pessoas precisam reconhecer os fantasmas do passado e enfrentá-los com coragem, verdade e humanidade.

“A história de Theodora, Stefano e Eunice é, em muitos aspectos, um espelho das contradições que encontrei ao longo da vida: a brutalidade do preconceito, o peso da herança familiar, a força da redenção e o silêncio que habita tantos afetos interrompidos. Ao situar parte da narrativa nos pampas gaúchos, revisitei não apenas geografias físicas, mas memórias ancestrais, de terra, de luta, de sangue e de amor”, conclui o autor.

FICHA TÉCNICA

Título: A cor que nos separa
Autor: Daniel Tonetto
Editora: AVEC
ISBN: 978-85-5447-295-5
Páginas: 231
Preço: R$ 40,00
Onde comprarAmazon e AVEC

Sobre o autor: Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria, o escritor Daniel Tonetto é advogado criminalista, sócio fundador do MMT Advogados e professor universitário. Especialista em Ciências Criminais e mestre em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa, atualmente é doutorando pela histórica Universidade de Salamanca, na Espanha. É membro da Academia Santa-Mariense de Letras e da Academia de Letras e Artes de São Sepé-RS. A cor que nos separa já é considerada pela crítica o melhor livro do autor, que escreveu os best-sellers Trilogia Crime em Família e Dois Caminhos.

Rede sociais do autor:

Site do autor: https://mmtadvogados.com.br/equipe/daniel-tonetto/

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