No trabalho, na faculdade, nas reuniões com amigos ou nos relacionamentos afetivos, a todo o momento é possível conviver com alguém que nem sempre parece ser a melhor companhia. Atitudes de mau humor e falas pessimistas, por exemplo, tornam o ambiente pesado e às vezes chegam até a contaminar os outros, que acabam embarcando na vibe negativa.
Mas será que todo mundo que parece ter uma nuvenzinha negra sobre a cabeça e gera desconforto é realmente tóxico? Ou será que alguns comportamentos são sinal de tristeza, problemas pessoais ou até mesmo de um transtorno do humor, como anedonia ou depressão? Segundo a psicóloga Christiane do Valle, atualmente existe uma enorme confusão nesta classificação. “Talvez a dor dessas pessoas nos incomode porque nos coloca diante do fato de que podemos ser atingidos pelas mesmas situações. Ou porque nos sentimos na obrigação de ajudar a resolver problemas alheios”, explica.
A tendência acaba sendo se afastar, mas é importante entender que a tristeza sinaliza que a pessoa precisa de ajuda, seja para lidar com os próprios sentimentos ou encarar a dor por algo que foi perdido. “Em alguns casos, como o da anedonia, a melancolia não surge da noite para o dia. Aos poucos a pessoa vai perdendo o prazer em pequenas atividades do dia a dia e isso só será notado a partir da observação do outro”, ressalta Adriana Drulla, especialista em Psicologia Positiva.
Assim, uma pessoa que está passando por dificuldades ou um período ruim e apresenta momentaneamente negatividade e tristeza pode ser considerada tóxica? Christiane enfatiza que olhar o outro para além de nós mesmos e sob a perspectiva dele deveria ser sempre a primeira opção para saber o que está acontecendo antes de rotular a pessoa como tóxica