Ginecologista Loreta Canivilo explica os efeitos hormonais de cada fase do ciclo e destaca a importância de um cuidado mais integrado à saúde feminina
O ciclo menstrual influencia diretamente o humor, a energia e até mesmo a produtividade de grande parte das mulheres em idade fértil. Muito além das cólicas e desconfortos físicos, as flutuações hormonais ao longo do mês afetam a forma como elas se relacionam com suas atividades profissionais, decisões e interações sociais. Entender essas fases é essencial para promover bem-estar e mais equilíbrio no dia a dia, tanto para quem vivencia esse ciclo quanto para empresas e ambientes coletivos.
“O ciclo menstrual não se resume ao sangramento. Ele é um processo hormonal contínuo, dividido em quatro fases, e cada uma delas provoca respostas diferentes no corpo e no estado mental da mulher”, explica ginecologista Loreta Canivilo.
As 4 fases do ciclo menstrual e seus impactos na saúde da mulher:
Fase menstrual (dias 1 a 5)
Caracteriza-se pelo sangramento decorrente da descamação do endométrio. Nesta fase, é comum a mulher sentir cansaço, dores no baixo ventre e menor disposição. “Além do desconforto físico, é um período que pode vir acompanhado de introspecção, maior sensibilidade emocional e necessidade de recolhimento”, destaca Loreta.
Fase folicular (dias 6 a 13)
Com o fim da menstruação, o corpo começa a se preparar para a ovulação. O estrogênio aumenta e, com ele, também sobem os níveis de energia, motivação e clareza mental. “É uma fase ótima para planejar, iniciar projetos e tomar decisões com mais segurança. Muitas mulheres relatam se sentirem mais criativas e confiantes”, explica a médica.
Fase ovulatória (dias 14 a 16)
Ocorre a liberação do óvulo. O estrogênio atinge seu pico e o corpo libera também uma dose maior de testosterona, o que favorece a sociabilidade, o foco e até o desejo sexual. “Essa é considerada a fase de maior disposição e desempenho. No ambiente profissional, é um ótimo momento para reuniões, apresentações e desafios estratégicos”, comenta Canivilo.
Fase lútea (dias 17 a 28)
Após a ovulação, os níveis de progesterona aumentam. Essa fase antecede a menstruação e é quando ocorrem os sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM), como irritabilidade, ansiedade, cansaço, alterações no sono e no apetite. “É a fase mais delicada para a saúde emocional. A mulher pode se sentir mais vulnerável, e isso precisa ser acolhido com empatia, inclusive por profissionais de saúde e gestores”, pontua Loreta.
A ginecologista reforça que o autoconhecimento e a informação são aliados importantes nesse processo. “É fundamental que as mulheres acompanhem seu próprio ciclo, identifiquem padrões e saibam adaptar sua rotina. Do mesmo modo, empresas que adotam políticas de bem-estar e acolhimento nesse aspecto tendem a ter colaboradoras mais satisfeitas e produtivas”, pontua Canivilo.
Além da saúde física, a médica chama atenção para o impacto emocional. “Muitas mulheres se cobram por não manter um ritmo o tempo todo. Essa cobrança é fruto de um modelo de produtividade contínua que não leva em conta a biologia feminina. Precisamos desconstruir essa visão e promover um olhar mais humanizado”, acrescenta a ginecologista Loreta Canivilo, que ressalta: “O cuidado com a saúde hormonal deve ir além do controle da menstruação ou da prescrição de anticoncepcionais. Precisamos olhar para a mulher de forma integrada: física, emocional e comportamental. Quanto mais as mulheres conhecem seus ciclos, mais elas podem se preparar, planejar e buscar ajuda quando necessário”, conclui.
Sobre a Dra. Loreta Canivilo

A médica ginecologista, obstetra e gineco-endocrinologista Loreta Canivilo é especialista em reposição hormonal feminina, estética íntima feminina e no tratamento de doenças do útero e endométrio.
A profissional possui diversas pós-graduações em instituições de referência, como o Hospital Sírio-Libanês, onde se especializou em Reprodução e Ginecologia Endócrina, e o Hospital Albert Einstein, onde estudou Medicina em Estado da Arte. Também é especialista em Nutrologia e Endocrinologia pela Faculdade Primum, referência em educação médica.
Nas redes sociais, Loreta já acumula mais de 85 mil seguidores (@draloreta), oferecendo conteúdos explicativos sobre saúde da mulher, gestação, reposição hormonal e implantes.
Além disso, é idealizadora de um projeto social, em parceria com o Instituto Primum — onde também ministra aulas —, que promove atendimento gratuito de saúde feminina para mulheres em situação de vulnerabilidade.