“A cultura woke matou revistas como a Playboy, que tentaram se desculpar por serem masculinas”, afirma o criador da ação, conhecido como o “Hugh Hefner brasileiro”
O termo “homem raiz” nasceu como uma piada nas redes, mas ganhou novo significado ao se transformar em uma espécie de resposta à cultura woke. Ele define o homem que mantém hábitos simples, evita filtros morais e enxerga o desejo e o humor como partes naturais da vida. Para uns, é uma caricatura; para outros, uma ironia aos tempos de hipersensibilidade e vigilância comportamental.
A expressão começou a circular em fóruns e páginas de humor masculino, em tom de paródia ao termo “desconstruído”. Rapidamente, o “homem raiz” passou a representar uma reação bem-humorada à rigidez do discurso social contemporâneo, especialmente nas redes, onde o comportamento e o desejo se tornaram pautas cada vez mais fiscalizadas.
Nos últimos anos, o discurso da correção e da sensibilidade social avançou sobre áreas como o humor, o entretenimento e a publicidade. Piadas e campanhas passaram a ser cuidadosamente revisadas para não ofender, enquanto o desejo e o erotismo se tornaram temas cada vez mais vigiados. Nesse ambiente, recuperar o direito de rir ou de desejar se tornou, paradoxalmente, um gesto de resistência cultural.
Foi a partir dessa leitura que a Revista Bella da Semana, um dos projetos masculinos mais longevos do país, decidiu lançar nas redes sociais a campanha digital “Homem Raiz”. A ação inclui vídeos curtos, postagens provocativas e um “este interativo, no qual o público descobre “o quanto ainda é raiz”. Segundo o criador da campanha, Alexandre Peccin, CEO da Revista Bella da Semana, apelidado de “Hugh Hefner brasileiro”, a proposta nasceu de uma pesquisa interna que identificou o perfil predominante dos leitores — homens entre 30 e 50 anos, economicamente estáveis e interessados em autenticidade, liberdade e prazer. “A cultura woke acabou com revistas icônicas como a Playboy, que perderam espaço por tentar se adaptar demais. A Bella da Semana continua viva porque nunca abriu mão do seu DNA”, afirma.
As peças da campanha trazem frases como “Assume que é raiz, o resto é moldado” e “Ser raiz é continuar gostando do essencial: mulher de verdade”. Para o criador da ação, o “Homem Raiz” é uma forma de reafirmar coerência editorial diante de um cenário cada vez mais homogêneo. “A revista sempre celebrou a mulher real e a masculinidade sem culpa. O Homem Raiz é uma afirmação de identidade e autenticidade em tempos de confusão cultural”, completa.
Créditos: Foto – Mikkelwilliam / CO – Assessoria